Livretos que ensinavam a arte do "corte e costura" às nossas mães e avós autodidatas que, com todo amor, faziam as roupas da "filharada" ou ganhavam um "dinheirinho" costurando para os conhecidos. Quase todas as cidadezinhas tinham uma costureira a quem as famílias recorriam para as necessidades da área. Elas concorriam com os classudos alfaiates (roupas masculinas de adultos, tais como calças e ternos) que não eram encontrados, porém, em todas as localidades.
1957:
1946:
Um comentário:
Bons tempos, minha avó ainda viveu da costura, fazia ternos, paletós, bonés, vestidos, saias e conjuntos tudo numa Singer 15C pretinha de pedal manual. Era uma pessoa super prendada, foi educada pelo meu bisavô e bisavó para ser uma dona de casa. Fazia reformas de roupas para fora e roupas novas sobre encomenda de clientes. Como era costume da época que ela viveu, toda mulher tinha que ser preparada para ser mãe e dona de casa. Ela sabia bordar, costurar, cozinhar em fogão de lenha(rachar lenha e acender o fogo sem o uso de fosforo). Aprendeu a ler, escrever e a fazer contas, mesmo morando na zona rural, meu bisavô pagou professor particular para as filhas e o filho. Mesmo sendo uma sociedade patriarcal da época, ela foi muito bem educada. E ajudou meu avó materno a criar os 12 filhos gerando também renda para a família. Minha mãe e tias todas, fizeram curso de corte e costura e bordado porque minha avó obrigou, era uma sociedade machista. Mas nenhuma das filhas tinha a inteligência e habilidade da minha avó na costura. Minha mãe e tias já pegaram as máquinas de zig zag e pontos decorativos, mas faziam roupas para os filhos somente, maridos uma camisa ou reformavam calças. Meu pai preferia fazer calças sociais com um alfaiate conhecido e só parou de fazer depois que este faleceu e na cidade não tinha mais alfaiataria. As industrias de confecção de roupas dominaram o mercado e muitos artesãos da alta costura se extinguiram. A modernidade mudou o mundo e muda a sociedade o tempo todo. O que existe hoje na costura é o artesanato que veem crescendo, mas não como a alta costura de antigamente. Este segmento novo faz um pouco de movimento nas cidades mais cultas, que valorizam e pagam pelo artesanato feito em máquinas de costura, como patchwork e quilting que viraram uma febre e geram renda, não como a alta costura, mas movimentam um pouco a venda de máquinas de plástico com chassis de alumínio. Muitos correm atrás de máquinas costura antigas de ferro fortes e robustas para usar no artesanato.
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