terça-feira, 30 de março de 2010

IMAGENS - Disco: Wilson Simonal

Simonal não foi só um cantor. Foi o maior "show man" que o Brasil já teve, em quase toda a década de 60. Sua voz e carisma o tornavam único. Não era da Jovem Guarda, da MPB ou outro estilo qualquer. Ele era ele. Onde se apresentava, tinha o público nas mãos. Fosse num auditório de TV ou num "Maracanãzinho" lotado (em 1969) quando "regeu", por duas horas, 30 mil pessoas e,com sua ginga, transformou aquela platéia no "maior coral do mundo". Com seu "suingue", fez de músicas antigas (como "Meu Limão, Meu Limoeiro" e "Está Chegando a Hora") sucesso estrondoso. Seu jeito especial e inovador de interpretar ficou conhecido como "Pilantragem". Alguns de seus sucessos antológicos:"Balanço Zona Sul", "Nanã", "Lobo Bobo", "Marina", "Fica Mal com Deus", "Mamãe Passou Açúcar em Mim", "Tributo a Martin Luther King", "Vesti Azul", "Zazueira", "Mustang Cor de Sangue" "País Tropical", ...
No ínicio dos anos 70 cometeu o maior erro de sua vida: pediu para amigos policiais darem uma "prensa" em um seu ex-contador, para conseguir a confissão de que o roubava. Eles foram eficientes: prenderam e torturaram. Detalhe: os policiais eram do "DOPS" (de triste fama na época, uma vez que era usado como serviço de repressão aos inimigos do regime militar). Aí veio o grande e fatal erro: para contar vantagem e sair-se bem no processo a que respondeu por essa ocorrência (em que foi condenado, posteriormente) declarou que "era amigo dos homens". Isso foi amplamente divulgado e a coisa descambou. Ser "dedo-duro" dos militares era o que de pior uma pessoa podia fazer naqueles tempos. Sofreu campanha virulenta, principalmente, do jornal "O Pasquim". Foi abandonado pelas gravadoras, artistas, rádio, TV, etc. Não era convidado para se apresentar em mais nada. Viveu, por duas décadas, no mais absoluto ostracismo artístico. Nunca ficou comprovada essa sua ligação (que sempre negava) com os porões da ditadura. Nos anos 90 tentou voltar mas, debilitado, não era nem sombra do grande Simonal. Morreu no ano 2.000 praticamente esquecido.

Disco de 1964:


Disco de 1965:



Disco de 1967:




Clique na telinha para ouvir o sucessão "Tributo a Martin Luther King", gravado em 1967:





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