Colecionar figurinha era um apreciado passatempo para a criançada dos Anos Dourados (hoje, nem tanto). Não é difícil de entender o motivo: menos distrações, verba "mais curta" para divertimentos, brinquedos mais simples e a natural atração que o colecionismo exerce (tanto nos adultos como nas crianças).
Há registro de que as figurinhas chegaram ao Brasil nas primeiras décadas do século XX. Além do prazer em comprar (surpresa ao abrir os envelopinhos), colecionar e colar nos álbuns, ainda havia a esperança de ganhar prêmios (se conseguisse "encher" uma folha totalmente). Aí entravam em cena as temidas e odiadas figurinhas "carimbadas", dificilmente encontradas. A distribuição era controladíssima pela empresa que comercializava os álbuns. A maior parte dos "colecionadores" ficava com as folhas "faltando uma". Com certeza, hoje, seria caso de Procon! Não era comum, mas às vezes saía um liquidificador, um faqueiro, uma bola para "adoçar" a boca da criançada. Mas a tão almejada bicicleta, nada! Na época, não se tinha essa percepção. Deve ser registrado que nem todos os álbuns davam prêmios e usavam a tática das "difíceis". Alguns, realmente, eram de temas educativos que instruiam a garotada e não tinha prêmios nem carimbadas. Era o puro e saudável prazer de colecionar. Essas, geralmente, não eram vendidas em bares como as de prêmios que não saiam.
Cada menino tinha um estoque de "repetidas", que era, também fonte de uma deliciosa brincadeira:" jôgo de bafo" (com a concha da mão) que tinha algumas rigorosas regrinhas próprias.
As figurinhas de hoje são auto-adesivas, tirando o prazer de se lambuzar com goma-arábica, cola de polvilho ou outro "preparado". Apesar das frustrações (grande número de "repetidas" e "carimbadas" que nunca saiam) era muito bom.
Interessante: era raríssimo ver uma menina mexendo com figurinha, mesmo entre elas.
Abaixo, dois álbuns que fizeram história: "A HOLLANDEZA" e "CAMPEONATO"
ANOS 30:
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