Nesta manhã (por volta das 8h) o Presidente Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração, em seus aposentos no Palácio do Catete.
Na noite anterior havia presidido uma última reunião ministerial, que entrou madrugada adentro. Nessa oportunidade ele discutiu com os ministros militares sua situação política, que já vinha se deteriorando há bastante tempo (era acusado de corrupção).
Foi-lhe passada, então, análise sombria do panorama, que indicava a iminência de golpe de estado, caso não renunciasse. O Presidente havia perdido o apoio de grande parte do meio empresarial, de jornais e rádios, de políticos e entidades civis, com a agravante da sublevação de significativa parcela das Fôrças Armadas.
Um fato, de grande repercussão nacional, acirrou ainda mais os ânimos de seus opositores: o atentando ao jornalista e arquiinimigo Carlos Lacerda, ocorrido no dia 5 deste mês, na Rua Toneleros, em Copacabana.
Getúlio estava sendo acusado de mandante do crime (em que o jornalista saiu ferido e um oficial da Aeronáutica, que lhe dava segurança, veio a falecer).
Na reunião ministerial discutiu-se algumas alternativas para o Presidente: licenciar-se para apuração dos fatos que lhe eram imputados, renunciar ou colocar as Armas para enfrentamento dos movimentos de rua que se organizavam para depô-lo (com consequências imprevisíveis).
Horas depois, sozinho em seu quarto, Getúlio decidiu seguir por um outro caminho: "SAIR DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA".
O entêrro será amanhã em São Borja(RS), sua terra natal. Em 24 de agosto de 1954.
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