segunda-feira, 15 de novembro de 2010

IMAGENS - Velharia: Comércio de Secos & Molhados

Fosse grande ou pequena, toda cidade tinha os seus armazéns de secos e molhados, até os anos 50/60. Era através deles que a população se abastecia (gênero alimentício e o que mais necessitasse). Nessa época os supermercados ainda não estavam difundidos no país. Só apareceram anos depois(veja aqui). E, com eles, os produtos embalados (cujos invólucros enchem os lixões cada vez mais).
Nos bairros urbanos e na "roça" encontravam-se os pequenos estabelecimentos do tipo, chamados de "venda" ou "vendinha". 
Os armazéns tinham de tudo. Duas coisas estavam sempre presentes: a balança no balcão (a maioria da marca Filizola, fabricada desde 1920!) e as conchas nas sacas de cereais. Pesava-se o arroz, a farinha, o milho, o feijão e muitos outros ítens (até o fumo). Eram vendidos a granel. Não tinham embalagem nem marca. Acondicionados em saquinhos de papel, eram guardados em latas, caixas ou vidros quando chegava-se em casa.










(na hora da foto a bandeja estava sendo utilizada)



Epa! Não se pode deixar de falar na famosa "caderneta". Surrado caderninho onde o balconista anotava cada compra e seu valor (nos dois: no do armazém e no do freguês). No final do mês (ou outro período) a conta era paga e tudo começava novamente. Na hora do acerto ganhava-se um "mimo" (geralmente  de valor pequeno, como uma lata de goiabada ou de qualquer outro doce). Bastava ser conhecido para poder comprar assim (fiado). Sem consulta nem documento ( a anotação da caderneta bastava).


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17 comentários:

  1. Opinião exurbitante neste blogue, visões assim dão motivação aos que analisar neste espaço .....
    Dá mais de este blog, aos teus leitores.

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  2. Como são as coisas. Vendo este blog volto a ser criança. Quantas vezes ainda criança de pés no chão e calça curta fomos nos armazens comprar alguma coisa? Quantas vezes a gente chegava no balcão e lá vinha o dono do armazem nos atender e a gente dizia: "A mãe mandô buscá um quilo de arroiz". O dono da venda então pesava na velha balança "filizola" ou mesmo naquelas de 2 pratos, onde de um lado se colocava o peso e no outro a mercadoria. E as cadernetas? Esta era de fato "o fio de bigode"; ninguém dava prejuizo. Ninguém deixava de pagar a conta. Quantos anos se passaram e quantas saudades ficaram.

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  3. Agradeço as visitas e carinhosos comentários.

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  4. TRABALHEI EM UM ARMAZEM DE SECOS E MOLHADOS E FAZIA ENTREGA A DOMÍCILIOS NAS BICICLETAS QUE TINHAM UM SUPORTE PARA CARREGAR CAIXAS COM AS MERCADORIAS. TENHO MUITA SAUDADES, POIS ERA MUITO GOSTOSO ABRIR O ARMAZEM AS SETE DA MANHÃ E FECHAR SÓ DEPOIS DAS SEIS. ÉRAMOS EM SEIS VENDEDORES MAIS OS PATRÕES. O TEMPO PASSAVA MUITO RÁPIDO E O DIA ERA CURTO. FAZÍAMOS REPOSIÇÕES, LIMPEZA,ATENDÍAMOS NO BALCÃO QUE SEMPRE ESTAVA CHEIO DE COMPRADORES. COMO FOI GOSTOSO AQUELA ÉPOCA. CONHECIA TODO MUNDO E ERA MUITO QUERIDO POR TODOS.
    NAQUELE TEMPO O SALÁRIO MÍNIMO ERA OITENTA CRUZEIROS.
    ISTO TUDO FOI NA DÉCADA DE SESSENTA.

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  5. Valeu, José! Grato pela gentileza da contribuição valiosa. Volte sempre às coisas dos anos 50/60. Abraço.

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  6. Fui criado dentro de um armazem nas décadas de 50/60, aos 12 anos ajudava meu tio nas vendas, arroz, feijão, açúcar, milho, farinha de mandioca, fumo de corda, doces em geral, não podia faltar guarana, cerveja e a famosa cachacinha nos finais de tardes, no final de 60 trabalhei em um açougue entregando carnes de bicicleta

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  7. Agradeço, Dieb, pela visita e belo comentário. Volte sempre. Volte sempre. Abração.

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  8. nossa q bacana qd eu ia na venda comprar meio kl de arroz e meio litro de óleo q tinha q bombar num latão e torcia pra sobrar um troquinho pra comprar bala paulistinha..ai q delicia aqueles tempos!!

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  9. Eu não nasci nos anos 60, nasci beeeemmm depois, mas apesar de ser mais nova, também vivi essa fase. Sou do interior e minha mãe era dona de uma "vendinha" dessas e meu avô trabalhava com ela. As vezes passava as tarde lá (principalmente quando chovia e não dava pra brincar na rua) e ajudava minha mãe com os clientes. O que eu mais gostava de fazer era pesar os produtos na balança de dois pratos e lacrar as sacolas naquelas maquinas de lacre de mesa que vc esquenta na tomada, coloca a ponta da sacola na abertura e aperta com a mão pra derreter um pouquinho o plastica até ao ponto do lacre(nem sei se existe mais). Ah, era diversão garantida! Outra coisa que eu adorava era quando eu voltava do colegio, passava por lá e ganhava um baton (chocolate da garoto) do meu avô, que me entregava sempre furtivamente, pra minha mãe não ver e depois recomendava que eu comesse depois de almoçar, haha... Nossa quantas lembranças, quantas saudades! Aquele tempo foi bom demais!

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  10. Grato pela visita e tocante comentário sobre as belas lembranças despertadas. Volte sempre. Grande abraço.

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  11. Valeu! Ficamos contentes em saber que nosso bloguinho evoca belas recordações.Volte sempre. Abração.

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  12. Estou maravilhado com a quantidade de material deste site, seu criador está de parabens, não consegui ver ainda um milésimo dos tópicos mas tudo o que vi me levou de volta a 1958 no Bar do Seu Firmino, Bairro da Moóca, estou procurando por material da Radio São Paulo, radionovelas, mais precisamente sobre uma música que era tema de uma delas, a letra eu sei de cor, queria ver se tem alguma gravação, parabéns e obrigado.

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  13. Grato pela visita e belo depoimento. Quem puder ajudar o Shiro é so retornar um comentário.
    Abração, Shiro

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  14. Fui crada dentro de um armazém de secos e molhados , como era chamado, e lembro-me bem de toda a rotina. Os vendedores fazendo os pedidos das mercadorias e os entregadores entregando-as na semana seguinte. Os clientes , até então chamados de fregueses , fazendo as compras , enquanto , os filhos ficavam " namorando" as balas , rodando , por horas e horas, o baleiro , a fim de escolherem aquelas que mais lhes agradavam. As compras ou mais precisamente as vendas eram , de fato, vendidas
    para serem pagas no final do mês , anotadas em cadernos, ou seja, o que prevalecia ali nao eram as simples anotaçoes, mas o respeito, a confiança e a palavra. O comerciante sabia o dia do mês que cada um dos fregueses recebia seus respectivos ordenados -palavra muito usada naquela época, pois não se fazia distinnção entre vencimentos, proventos, salários ou qualquer coisa do gênero ( ahaha) era tudo a mesma coisa, pois o que estava ali envolvido era o respeito e a confiança , pois também era ao dono do armazém que buscavam socorro em horas difíceis , primordialmente, quando surgia doenças na família. Em suma, o comerciante sabia que no dia que o seu freguês recebesse o seu pagamento , naquele mesmo dia ele estaria recebendo pelas vendas vendidas "no caderno",pois os homens -chefes de família- ao receberem não dormiam com o seu dinheiro em casa, pois antes passavam no armazém ou na venda, como popularmente era chamada, para efetuarem o pagamento das compras realizadas no decorrer do mês. E , assim , o crédito e a confiança eram renovavados entre o dono do armazém e o freguês. Lembro- me , ainda, de muitas vezes que meus pais ofereceram , para familias inteiras, que usam a estrada-RS 030 , entre Santo Antônio -Osorio- para irem para o litoral norte do Rio Grande do Sul - cafés na própria cozinha de nossa casa, sem , contudo, cobrarem nada por isso, apenas por mera gentileza. Lembro-me de que uma das famílias a quem minha mãe um dia ofereceu um café, nos anos seguintes , em época de veraneio, esses casal passava lá apenas para presenteá-los com uma caixa de uvas de sua região- Caxias do Sul. Em suma, os antigos armazéns não eram simples comércios. Eram, muito mais que isso,e, tavez, por isso sentimos tantas saudades dessa época que, pessoas para nós não eram pessoas, mas , sim, gente. Particularmente , sinto-me feliz por ter tido o privilégio de ter vivido e vivenciado a época dos geandes armazéns , pois ali não estava envolvido somente um ato de comércio , mas também uma relação íntegra , respeitosa e honesta entre pessoas.

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  15. Em todos os comentários, todos já disseram oq eu tinha vontade de falar... Saudades... Parabéns, ao blog!!!

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  16. Nos anos 60 meu pai tinha um "Bolicho" ele fazia um Buraco no chão e enterrava as garrafas de cerveja para ficar Friazinhas tinha os Fregues que Compravam e pagava no final do mes...a gente Sobrevivia dali era em Dourados ms.

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  17. Cheguei aqui pesquisando sobre esse tipo de comércio, em virtude do recente falecimento do dono da "vendinha" do bairro onde cresci, em Guarulhos - SP

    Mesmo sendo eu de 1980, vivi num bairro com resquícios interioranos, onde todo mundo conhecia o estabelecimento pelo nome do proprietário. Não eram compras na "venda", mas no "Seu Carlos". Material escolar ou de escritório era no bazar da Dona Amélia ou no do Seu Severino.

    Nào havia sequer letreiros ou placas na frente desses estabelecimentos, pois não eram necessários. As relações humanas eram muito diferentes.

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Aguardo seu comentário.