No "longínquo" dia 27.09.1966 (uma 3ª feira) as bancas de jornal do país recebiam um produto da "Abril Cultural" (divisão do grupo empresarial Editora Abril) que estava fadado a se tornar um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos: o primeiro fascículo de uma enciclopédia em "capítulos" denominada "CONHECER" (recheada com textos de fácil leitura e entendimento, além de muitas ilustrações coloridas) que estaria à venda todas as semanas, às terças-feiras.
A cada 15 fascículos (com 20 páginas) era vendida uma capa dura gravada "a ouro" (vermelha, nesta primeira edição) que compunha um dos 12 volumes da coleção (mais 3 menores formados com as capas dos exemplares semanais). Era só comprá-la e mandar "encadernar" (pagando por isso, é claro!).
Em pouco menos de 4 anos o interessado e zeloso pai conseguiria para a família uma enciclopédia COMPLETA que, mesmo antes de totalmente formada, já vinha auxiliando nas pesquisas escolares dos filhos "ginasianos"(ela abrangia conhecimentos sobre Ciências, Geografia, Artes e História).
A Editora Abril foi pioneira no país com trabalho desse tipo (fascículo vendido em banca). Sua estréia nessa área foi no ano anterior (1965) com a obra "A Bíblia Mais Bela do Mundo", grande sucesso na época.
Sem dúvida, essa iniciativa "fascicular" teve grande mérito: disseminou através das bancas de jornal (espalhadas pelos grandes e pequenos centros do Brasil todo) o conhecimento antes adstrito às pouquíssimas (até hoje) bibliotecas e livrarias.
Isso sem contar, ainda e principalmente, com o preço bastante acessível dos fascículos o que tornava a enciclopédia (no final) muito mais barata que as obras vendidas prontas.
Com o passasr do tempo "Conhecer" teve inúmeras edições e vendeu mais de 100 milhões de fascículos. Ela era publicada sob licença da editora italiana "Fratelli Fabbri Editori".
Com o passasr do tempo "Conhecer" teve inúmeras edições e vendeu mais de 100 milhões de fascículos. Ela era publicada sob licença da editora italiana "Fratelli Fabbri Editori".
As coleções em fascículos da Abril Cultural eram (e são) maravilhosas. Talvez a atual geração, com acesso indiscriminado à Internet, tenha dificuldade em entender o que ela significaram, numa época em que livros eram praticamente a única fonte de informações culturais, e poucas famílias tinham condições financeiras de comprar uma enciclopédia completa de uma só vez. Os fascículos realmente popularizaram o conhecimento; grande mérito de Victor Civita e sua grande editora. Tenho até hoje várias coleções da Abril, que me acompanham desde a infância; uma delas, ocupando lugar de destaque na minha biblioteca, é o Novo Conhecer (a edição de 1977 do Conhecer, com capa azul). Meu avô tinha a primeira edição, a vermelha.
ResponderExcluirConcordo com o comentário do Daniel, vivi também numa época em que era maravilhoso saborear os facículos da querida enciclopédia "Conhecer", a da capa vermelha e não aprovo quando se referem a um passado tão bonito, com o termo "velharia". Acho desrespeitoso. Será que chamariam os discos de Frank Sinatra, Elvis Presley, Beatles, também de "velharia"?
ResponderExcluirPerabéns pelo post, eu tenho a minha até hoje!
ResponderExcluirFiz meu primário usando a CONHECER, e aoutra que também estão preservadas na minha estante. (Naturama, Tecnirama, Georama e Tesouro da Juventude).
Tenho fascículos sem encardenar pra doar
ResponderExcluirJá doou seus fascículos
Excluir